EB1 de MAÇAINHAS– Guarda – Portugal
Agrupamento de Escolas Carolina Beatriz Ângelo
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terça-feira, 13 de setembro de 2011

Bora lá p’ra bué de longe?

Não resisti e tive que publicar este texto copiado do blog DaNação. Aconselho a leitura aos pais e aos colegas professores.

Há um ano atrás, quando o segundo furacão varria mais umas largas centenas de escolas ― sobretudo no interior do país ―, o Governo e as autarquias prometiam transportes escolares gratuitos para as crianças arrancadas aos pais e à aldeia. As dezenas de quilómetros que muitas foram obrigadas a palmilhar surgiam assim, na opinião pública, como uma mera excursão diária largamente compensadora, pois, no outro extremo da longa estrada, havia um belo mamute escolar, cheio de meninos e de socialização, à sua espera.

Um ano depois, parece que tudo o vento levou. Como ontem testemunhámos, no blogue Educação do Meu Umbigo, num apelo pungente de uma mãe aflita, agora há crianças de seis anos despachadas, diariamente, num autocarro normal de carreira, para… Bué de Longe.

Eu tenho um filho de seis anos. Ontem, olhei para ele e imaginei-o na estação de camionagem de Braga, a entrar sozinho num autocarro, com todo o tipo de pessoas como companhia. Mordi a língua… e subiu-me o fel à boca!

Hoje, vi Passos Coelho e Nuno Crato, lá para os lados de Lamego, a fazerem de José Sócrates e de Isabel Alçada. E lembrei-me dos “gritos” de alerta do bispo de Lamego, no verão passado. Será que os jornalistas vão todos na comitiva? Não sobra nenhum para dar voz aos que não têm voz?

A partir de amanhã, republicarei o estudo que fiz sobre a desertificação do interior do país, um estudo comparativo com as províncias espanholas que ficam do lado de lá da fronteira. Há crise, é preciso fazer sacrifícios, mas… tem de haver equidade, tem de haver justiça, tem de haver pudor, tem de haver vergonha!”

Andam por aí uns figurões que tentam passar a ideia de que as escolas megasuperbuédefixes é que são boas para os nossos alunos. Assim, vão retirando condições às escolas das nossas aldeias, passa a haver insucesso e “voilá”… os alunos têm que ir para as tais escolas com os quadros interativos e tecnologia q.b. E assim se dá mais uma ajudinha na desertificação das nossas aldeias.

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