No ano passado, o João veio para a nossa escola. Parece que na outra não se portava lá muito bem. Pelo menos da fama não se livrava.
Além disso, as aprendizagens não iam muito à bola com ele. Ler e escrever, então… que martírio!
Depois que veio para esta “escolita”, o João mudou como da noite para o dia.
Bem, o comportamento é impecável e tem-se esforçado tanto, tanto, tanto… que os resultados começam a aparecer.
O João (e outros colegas, também) participou no II Concurso de contos promovido pela Biblioteca Municipal Eduardo Lourenço. O tema era “A Água”.
Apresentou uma história muito simples mas com muita qualidade. Tanta que o júri atribuiu-lhe o 3º lugar.
Que orgulho para todos nós!
O João provou aquilo que sempre dissemos: se trabalharmos muito, se nos esforçarmos conseguimos quase tudo o que pretendemos.
Elementos do júri e vereador da educação (ao centro). | Alunos de várias escolas concorreram com 85 trabalhos. |
Três premiados e três menções honrosas. | O João leu, muito bem, a sua história. |
Foi muito aplaudido… | … por todos! |
O texto que o João escreveu
Está a chover. Que azar!
Era fim de semana. O senhor professor passou poucos deveres, a minha tia e os meus primos vinham visitar-nos, enfim… ia ser um fim de semana perfeito.
No sábado, assim que acordei, corri para a janela.
Ora bolas, estava a chover! Fiquei triste e desiludido, já não podíamos brincar e jogar futebol lá fora.
Quando a minha mãe chegou à sala, perguntei:
- Porque existe água? Porque tem de estar a chover?
- Porque a água é indispensável, sem ela não havia vida. – respondeu.
Mas a sua resposta não me convenceu. Eu queria era brincar, correr no jardim… e, para poder fazer isso, não podia estar a chover.
- Nunca mais quero ver água à minha frente! – exclamei.
Como não podíamos ir para a rua, a minha mãe e a minha tia resolveram levar-nos ao cinema.
Quando terminou a sessão e depois de comer uma tonelada de pipocas, estava cheio de sede. Por isso, fui pedir água:
- Mãe! Depressa… Água! Estou a morrer de sede!
- Água?! Mas tu disseste que nunca mais querias ver água!...
- Mas… mas assim morro à sede…
Ela sorriu, deu-me a garrafa e disse:
- Vês como ela é importante!
Como o tempo tinha melhorado, fomos dar um passeio.
Estava tudo tão bonito! O jardim com muitas flores, borboletas de várias cores, passarinhos a voar e a cantar, árvores cobertas de folhas brilhantes e um cheirinho bom a terra molhada.
Então, olhando para tudo, percebi o quanto a água é importante. Dela depende a natureza e a sobrevivência de todos os seres vivos.
Sem água, não havia vida e o planeta Terra era um imenso deserto triste e sem cor.